Como conciliar trabalho e família?

Por Denise de Moura - Foto: Microsoft - 15/01/2014

Lucas é gerente executivo de uma multinacional.

Geralmente ele chega à empresa por volta das 8h30mim, almoça no próprio escritório entre uma reunião e outra e às 21h30mim retorna a casa quando os filhos já estão dormindo e a esposa, exausta, vendo televisão.

Bernardo é gerente geral de uma empresa de bens de consumo.

Ele chega à empresa às 9h em ponto todos os dias. Tira duas horas de almoço para se encontrar com clientes, parceiros ou, eventualmente, para participar de alguma reunião na escola da filha e às 18h30mim já está na garagem pegando o carro para voltar para casa.

Lucas está fora do peso e se considera estressado. Bernardo, aos 52 anos, é um modelo a ser seguido na empresa em que atua. Participa de maratonas, faz ioga e ainda encontra tempo para assistir às aulas de balé da filha de 6 anos toda quarta-feira.

De acordo com Russell Clayton, professor adjunto da Saint Leo University, na Flórida, o segredo de conseguir conciliar trabalho e família está na prática de exercícios, mas isso parece controverso, pois muitos profissionais alegam falta de tempo para fazer esportes.

Entretanto, para o professor Clayton, praticar exercícios regularmente contribui para que um profissional consiga conciliar os desafios diários do trabalho com a família por dois importantes motivos:

1) O exercício reduz o estresse, fazendo com que o tempo gasto com ele se torne menor. A redução do estresse é equivalente a uma expansão do tempo.

2) A prática regular de exercícios aumenta a autoeficácia – termo bastante pesquisado pelo psicólogo Albert Bandura. É a convicção de uma pessoa de ser capaz de realizar uma determinada tarefa. É o sentimento de adequação, eficácia e competência para enfrentar os problemas. De acordo com Bandura, pessoas com elevada autoeficácia são menos propensas a evitar situações difíceis e mais propensas a vê-las como desafios a serem dominados.

Quebrando o dia de trabalho com exercícios, os problemas parecem menores e a capacidade de resolvê-los aumenta, sugere Clayton.

Seja qual for o tempo ou a preferência – caminhada, ioga, pilates, futebol com os filhos, corrida – a chave é engajar-se em um nível de exercício regular que dissipa o estresse e aumenta o sentimento de que você é capaz de realizar os desafios impostos pelo mundo corporativo.

Além disso, o exercício físico não apenas melhora a saúde. Através do seu impacto direto no aumento da autoeficácia e na redução da tensão psicológica, o exercício leva a uma melhor integração da vida profissional e pessoal.

Profissionais de Recursos Humanos e gestores podem contribuir neste processo, propondo horas de trabalho flexíveis para que as pessoas encontrem tempo de se exercitarem, elaborando programas de qualidade de vida (alongamento, shiatsu) e incentivando a prática dos exercícios laborais. Essas ações poderão trazer grandes benefícios para as empresas, sobretudo financeiros: profissionais mais produtivos e satisfeitos e menos estressados rendem muito mais!

A pesquisa do professor Russell Clayton sobre o assunto pode ser acessada no link: 

http://blogs.hbr.org/2014/01/how-regular-exercise-helps-you-balance-work-and-family/