Concorrentes? Obrigada por existirem!

Por Denise de Moura - Foto: Denise de Moura - 29/12/2015

É normal ter receio dos nossos concorrentes, mas hoje percebo que eles foram responsáveis, mesmo que indiretamente, por grande parte das minhas conquistas.

Sempre que eles apresentavam uma nova ideia para o mercado eu questionava:

Posso superá-los?
Tenho recursos financeiros para isso?
Posso perder meus poucos clientes para esta nova proposta que eles estão oferecendo?

Quando eles criavam programas e processos de excelência eu pensava:

Por que não tive esta ideia antes deles? De onde vem tanta criatividade? Como chegar a este nível de maturidade profissional?

A minha humildade me permitiu perceber que eles eram bem melhores do que eu na época e dificilmente conseguiria ultrapassá-los - não por falta de motivação ou ambição - mas por uma razão muito simples que eu só fui entender muitas décadas depois: cada um tem a sua história, suas oportunidades, seus contatos e seus recursos.

Ao tentar vencer um concorrente não se pode focar apenas no produto ou processo que ele oferece, mas em tudo o que ele representa para os clientes: sua cultura, sua imagem, seus valores. E este processo é bastante complicado.

Então, passei a utilizar os meus concorrentes como uma espécie de “estado da arte”.

Estudei e pesquisei temas que eles estavam envolvidos. Li diversos livros, assisti a muitos filmes e fiz variados cursos que eles, “sem querer” me mostravam. Participei de fóruns de discussões e conversei com muitos profissionais da área.

Ao mesmo tempo em que me motivavam, eles também me ensinavam tanto as coisas boas, como outras que eu tinha a certeza de que não seriam adequadas para o meu negócio. Aos poucos fui criando os meus próprios processos e montando a minha identidade de trabalho.

Só me dei conta que havia conseguido um “lugar ao sol” no mercado quando um profissional, durante uma conversa informal, me disse: eu me espelho em seu trabalho para aprimorar o meu.

Acredite, mas todos nós precisamos de competidores “saudáveis” para nos manter em movimento. Quando chegar ao topo e não tiver mais para onde olhar, compreenderá que precisará de pessoas tão boas quanto você para repensar processos, mudar estratégias e criar novos produtos, e isto simplesmente acontece porque vivemos em um mundo de constantes mudanças onde tudo pode mudar... a qualquer minuto, e os nossos concorrentes serão muito úteis. 

Lembre-se: não é derrotando o seu adversário que você conseguirá um “lugar ao sol”, mas sim, respeitando os pontos fortes que ele possui e trabalhando arduamente para criar os seus próprios diferenciais.