Comportamentos e Atitudes no Trabalho

Por Denise de Moura - 04/07/2016

Os comportamentos e as atitudes dos profissionais ganharam espaço considerável na agenda de debates da maioria das organizações, sobretudo no atual cenário brasileiro, marcado por crise ética e moral.

O que certo? O que é errado? O que deve ser feito neste caso específico? Como se portar perante uma situação como aquela? Muitas vezes um robusto código de ética empresarial não consegue responder a questões básicas como estas.

E, na maioria dos casos, isto ocorre porque apenas elaborar um documento com regras de convivência e conduta pode não resolver algumas questões específicas. As pessoas e as empresas precisam ser avaliadas constantemente por suas posturas junto aos seus clientes, parceiros, fornecedores, acionistas, colegas e assim por diante.

Para quem tem valores morais bem definidos, a linha tênue entre o certo e o errado não existe. Simplesmente o que é certo é certo; o que é errado é errado. Ponto final. Porém, dentro de uma organização, diversos atores com culturas, educação e pontos de vista diferentes convivem diariamente, sendo necessário que os seus comportamentos e atitudes sejam avaliados periodicamente.

Profissionais e empresas que agem pensando somente nos interesses individuais em detrimento das necessidades coletivas, podem abalar a sua idoneidade junto a todos com quem convivem.

Vamos a alguns exemplos:

  • A precarização do trabalho pode caracterizar um comportamento antiético das empresas, que em momentos de crise, contratam profissionais capacitados com um salário abaixo do mercado por entender que podem lucrar perante um cenário de escassez de oportunidades.
  • A não devolutiva de um processo de seleção representa um comportamento não honesto por parte do recrutador, sobretudo quando este afirma e se compromete a dar um retorno a todos os candidatos, mas não o faz, alegando até mesmo falta de tempo.
  • Esconder um erro por medo das consequências é um comportamento antiético por parte de quem o faz. Alguns erros são graves e passíveis de punição, mas se as pessoas os cometem, precisarão enfrentar as consequências. 
  • Uma empresa que não respeita o meio ambiente, polui, faz especulações e acordos ilícitos por benefícios próprios, está cometendo uma atitude antiética.
  • Quando um funcionário se compromete a entregar o trabalho ao qual está sendo pago para tal, mas faz “corpo mole” ou deixa um colega sobrecarregado, está agindo de forma egoísta.
  • Um grupo de pessoas que se reúne para “puxar o tapete” de um colega fazendo intrigas e inventando mentiras a seu respeito, está embasado em comportamentos antiéticos.
  • Quando um gestor reconhece ou recompensa um colaborador com base em suas percepções pessoais, cometendo injustiças com os demais, está pensando somente em seus interesses.

É possível notar, portanto, que diariamente as pessoas e as empresas passarão por situações diversas e muitas vezes complexas. Suas ações, pautadas nos valores em que acreditam, é que darão um rumo sobre o que é certo ou errado.

A diminuição de responsabilidade, o pensamento individual, a falta de empatia, as injustiças, as atitudes antiéticas contribuem sobremaneira para a desarticulação do tecido social. Na atual crise em que vivemos, torna-se imperativo uma maior preocupação pela coletividade.

Fazer uma análise sobre os nossos comportamentos diariamente é fundamental para nos tornarmos pessoas e profissionais melhores e dignos de confiança.